10 de jun. de 2010

4.279 km² a menos Divulgado primeiro relatório do desmatamento do Pantanal



O primeiro levantamento feito no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o desmatamento no Pantanal, revela que entre 2002 e 2008, foi devastada uma área de 4.279 quilômetros quadrados, o equivalente a 2,82% do bioma, cuja dimensão é de 151.313 quilômetros quadrados. O Pantanal, proporcionalmente, tem a segunda maior área desmatada ao longo deste período, se comparado a outros três biomas. No Cerrado foram perdidos 4,17% da vegetação natural; no Pantanal 2,82%; na Amazônia, 2,54% e por último a Caatinga com 2,01%.

O Ministério do Meio Ambiente divulgou também que os municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram os que mais desmataram o Pantanal. As cinco cidades no topo desta lista são: Corumbá (MS), Aquidauana (MS), Cáceres (MT), Santo Antônio do Leverger (MT) e Rio Verde do Mato Grosso (MS). A relação divulgada traz o nome de 25 municípios.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, considera preocupante os dados. Segundo ela, ainda não são claras as razões que levaram ao desmatamento do Pantanal. — Pode ser a expansão dos pastos, a exploração do carvão vegetal, que abastece a siderúrgica de Corumbá, ou outras razões que vamos analisar junto com os governos estaduais. ê um percentual que merece toda atenção do governo — disse a ministra, que tomou cuidado em não citar nomes de políticos do estado, onde há aliados do PT.

Perguntada se considera grave o tamanho do desmatamento no Pantanal, Izabella respondeu: — Acho sensível. O Pantanal não precisa ser desmatado para ser conservado — disse. O ministério argumenta que um dos problemas no Pantanal é a falta de criação de unidades de conservação, um instrumento utilizado para coibir desmatamentos.

O ministério divulgou também os mais recentes números do desmatamento na Amazônia, comparando os períodos de agosto de 2008 a abril 2009, com agosto de 2009 a abril 2010. De acordo com os dados do governo, houve uma redução de 48% na área desmatada. Entre 2008 e 2009, o desmatamento atingiu uma área 2.835 quilômetros quadrados. Já no mesmo período, entre 2009 e 2010, houve uma redução para 1.455 quilômetros quadrados.

Mas os meses de março e abril deste ano registraram aumento na área desmatada, se comparado com o mesmo período anterior. Nestes meses, em 2010, foram 104 quilômetros quadrados de área desflorestada. Em 2009, os índices foram de 55 quilômetros quadrados nesses dois meses. Quase a metade.

Para a ministra, esse aumento se deve à redução da quantidade de nuvens que cobriam a região amazônica. Este ano, a visibilidade da floresta era cerca de 25% maior que a do ano passado. — Aparentemente, esse é o principal fator do aumento dos números. Não registramos nenhuma pressão nova, nenhum fator novo que pudesse provocar um aumento do desmate na região — explicou.

Texto de Evandro Éboli, Agência Globo.