24 de abr. de 2010

Clima está influenciando manguezais no Nordeste

O número de manguezais na região Nordeste do Brasil aumentou 40% nos últimos anos devido às mudanças climáticas e ambientais. Segundo biofísico Luiz Drude de Lacerda, professor da Universidade Federal do Ceará, desse total, 67% surgiram em áreas de baixa concentração urbana. Os dados foram apresentados durante o 1º Simpósio Brasileiro de Mudanças Ambientais Globais, encerrado ontem no Rio de Janeiro.
De acordo com informações da Agência Fapesp, a expansão dos manguezais no interior ocorre ao mesmo tempo em que se verifica a perda desse tipo de área devido a atividades humanas desenvolvidas no litoral. "Os manguezais são ecossistemas capazes de fornecer informações valiosas sobre a dinâmica ambiental da área litorânea. Alterações em sua distribuição podem ter influência negativa na ecologia local, na produtividade primária e na produção pesqueira", disse o pesquisador.

O estudo mostra que a redução na quantidade anual de chuvas na região e o aumento em escala global do nível dos oceanos podem causar uma maior penetração de águas marinhas rio acima, proporcionando ambiente ideal para a formação dos mangues. No entanto, o pesquisador alerta que os mangues são grande concentradores de poluentes. Assim, o aumento desses ecossistemas vem sempre acompanhado de um processo poluidor.

Redação Terra

21 de abr. de 2010

Americanos procuram um eco-amor

WASHINGTON - Preservar o meio ambiente é uma nova forma de atrair os homens, revelou uma pesquisa segundo a qual um em cada dois americanos não cortejaria uma mulher que joga seu lixo na natureza.

Segundo sondagem do grupo Timberland, de produtos esportivos, feita com 1.025 americanos por ocasião do Dia Mundial da Terra, 54% dos homens nos Estados Unidos se recusaria a iniciar um relacionamento com uma mulher que jogasse seus rejeitos em qualquer lugar.

Um quarto dos entrevistados disse que se negaria a cortejar uma mulher que não reciclasse seu lixo, enquanto 23% afirmaram que se sentiriam repelidos por aquelas que não apagassem as luzes. Mulheres que dirigissem um carro que consumisse muito combustível deixariam indiferentes 21% dos homens. "Essa pesquisa mostra que os homens americanos procuram o eco-amor", assegurou a Timberland.


Da Agência France Press.

18 de abr. de 2010

Alucinógenos são usados em tratamento de doenças psíquicas

A ciência acaba de fazer as pazes com drogas proibidas há muitas décadas. Pesquisadores voltam a apostar nas substâncias alucinógenas, que alteram a consciência e provocam visões, para tratar de distúrbios como depressão, ansiedade e transtornos de compulsão.

A substância proibida que fez uma revolução na vida do aposentado Clark Martin é um alucinógeno encontrado em mais de cem espécies do chamados cogumelos mágicos.

A psilocibina foi descoberta pela ciência nos anos 1950, banida nos anos 1960, em meio à febre das drogas psicodélicas. Agora redescoberta, legalmente, nos laboratórios.

Nem a psicanálise nem todos os remédios da medicina moderna. Como nada curava a depressão, depois de anos com um câncer no rim, o aposentado se ofereceu como voluntário em uma pesquisa da Universidade John Hopkins, uma das mais respeitadas dos Estados Unidos. E teve, pela primeira vez na vida, uma experiência alucinante.

No laboratório, recebeu uma cápsula com psilocibina - a mesma substância dos cogumelos, só que na forma sintética. Deitado, com uma venda nos olhos, passou seis horas ouvindo música clássica. Foi uma viagem completamente segura.

"No começo é muito assustador, porque todas as imagens e representações da realidade são de certa forma desligadas, elas começam a se dissolver”, diz o psicólogo aposentado.

Cenas multicoloridas e formas completamente estranhas. Os relatos de usuários de alucinógenos, a doideira da música dos Beatles, não foi exatamente assim na experiência científica.

"Não vi cores, não tinha nenhuma sensação ou pensamento na minha cabeça, era um vazio, e eu não me sentia drogado. Lembrei agora do sentimento que tive enquanto estava sob efeito da substância: minha filha e todos os meus velho amigos", descreve.

Depois disso, o aposentado parou de ter medo da morte e resolveu um enorme problema: "Eu era muito inacessível para a minha filha, e quando eu estava sob os efeitos da psilocibina, me dei conta de que o que ela precisava de mim não era orientação, era meu amor e minha compreensão", lembra. "Minha vida começou a mudar naquele momento, mas continua, porque o efeito continua sendo reforçado. A maneira como o cérebro processa as coisas fica diferente", diz.

A experiência que mudou radicalmente, e para melhor, a vida do psicólogo aposentado Clark Martin fez parte de um dos maiores estudos com alucinógenos já realizados nos Estados Unidos. Depois de mais de 40 anos de proibição, um pequeno grupo de cientistas recebeu autorização para lidar com substâncias que sempre foram vistas com desconfiança.

O doutor Charles Grob é responsável pela pesquisa com psilocibina na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

"Não temos uma droga milagrosa. Temos um modelo de tratamento que pode ser muito efetivo, até mesmo em pacientes que não têm bons resultados com os medicamentos convencionais", explica Charles Grob.

Foi ainda no século passado que a ciência descobriu a força dos alucinógenos. Mas os exageros transformaram as substâncias psicodélicas em drogas malditas. Agora, só vencendo muito preconceito para transformar a pesquisa em tratamento.

"Da maneira que imagino - e estamos décadas distantes disso - haverá centros de tratamento onde as pessoas poderão ser auxiliadas em uma experiência com substâncias como psilocibina", comenta Charles Grob.

A estátua de louvação ao cogumelo teria mais de dois mil anos. Foi encontrada no México, de onde chegaram também as primeiras notícias sobre as propriedades medicinais da psilocibina. Paul Stamets já descobriu cinco novas espécies do tal cogumelo mágico.

Paul é um dos maiores especialistas em cogumelo do mundo e comemora as novas pesquisas científicas: "Acredito muito na evolução da consciência e vejo isso como um passo importante em nosso avanço no uso de substâncias naturais para ajudar na saúde mental das pessoas."

O ilustre morador da floresta concorda com outros pesquisadores: acha que a ciência já perdeu tempo demais ignorando uma substância tão misteriosa quanto promissora.

15 de abr. de 2010

Ibama diz que desmatamento recorde em Suape terá que ter anuência do instituto

A superintendente do Ibama, Ana Paula Pontes, disse nesta quarta que, para ampliar seu Complexo Industrial e Portuário, Suape precisará da anuência do instituto. Isso porque a obra prevê do desmatamento de 1.076,49 hectares de vegetação nativa, sendo 893,4 hectares de mangue, 17,03 de mata atlântica e 166,06 de restinga.“O decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008, estabelece que cortes superiores a 50 hectares têm que ser acompanhados pelo Ibama”, esclarece.
A licença para o corte da vegetação, segundo ela, apenas poderá ser fornecida pela CPRH (Agência Pernambucana de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) depois da autorização do Ibama. Na avaliação de Ana Paula, a aprovação do
projeto de lei que autoriza o desmatamento, em tramitação na Assembleia Legislativa, não permitirá o corte. “O projeto pode até ser aprovado, mas a CPRH precisará consultar o Ibama para licenciar a supressão necessária à ampliação do complexo industrial e portuário.”
O instituto também está estudando a possibilidade de exigir um novo Relatório de Impacto Ambiental (Rima) a Suape. “O Rima tem 10 anos e precisa ser atualizado”, justifica Ana Paula. “Também estamos acompanhando as compensações ambientais das supressões de vegetação já realizadas e analisando outras alternativas de áreas para onde Suape pode crescer que não necessariamente mangue, restinga e mata atlântica”, informa.
Ana Paula deixa claro que o Ibama não é contra o desenvolvimento. “Esse desenvolvimento que o Estado tanto desejou e que agora está chegando. O que o Ibama quer é que ele aconteça em consonância com a legislação ambiental”, esclarece.

jornal do comercio