21 de jul. de 2011

Nordeste: Viver e preservar - Zoologico em Vitoria de Santo Antão.



http://www.youtube.com

Arquitetura dos Cupins

Curiosidade sobre os diverso tipos de arquiteturas resultantes dos maravilhoso trabalho dos Cupins.




Alguem já viu uma casa de cupim? sim!! o inseto cupim!! formigão!! O Arquiteto Victor Lotufo fez uma casa de cupim!!




http://www.youtube.com

Cupim

O cupim (português brasileiro) ou térmite, térmita (português europeu) ou salalé (português de Angola) ou ainda muchém (português de Moçambique) é um inseto eusocial da ordem Isoptera, que contém cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo. Esses insetos são mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos, ou ainda pragas agrícolas, entretanto, apenas cerca de 10% das espécies conhecidas de cupins estão registradas como tal.

Em número de espécies, a ordem Isoptera deve ser considerada intermediária entre os insetos, já em termos de biomassa e abundância, os cupins apresentam enorme significância e podem ser comparados às formigas, minhocas, mamíferos herbívoros das savanas africanas ou seres humanos, por exemplo, e estão entre os mais abundantes invertebrados de solo de ecossistemas tropicais. Esta grande abundância dos cupins nos ecossistemas, aliada à existência de diferentes simbiontes, confere a estes insetos a possibilidade de desempenhar papéis como o de "super decompositores" e auxiliares no balanço Carbono-Nitrogênio (Higashi & Abe, 1997).

Distribuição geográfica

A maioria das espécies de cupins vive nas regiões tropicais e subtropicais, com algumas poucas se estendendo até latitudes mais elevadas, raramente além de 40o norte ou sul. Mais espécies de cupins podem ser encontradas num único hectare de floresta ou savana tropicais do que em toda a América do Norte e Europa juntas. Cupins podem chegar facilmente ao nono andar de um prédio.

Taxonomia

Os cupins são insetos hemimetábolos, com metamorfose gradual, e aparelho bucal mastigador; são ortopteróides e formam um grupo monofilético com as baratas e louva-deuses, os Dictyoptera = (Blattaria + Isoptera) + Mantodea. Muito vem sendo discutido a respeito das relações internas dentro de Dictyoptera, inclusive, se a ordem Isoptera deve ou não continuar sendo utilizada, já que um gênero de baratas que vivem em madeira (Cryptocercus) é filogeneticamente mais próximo dos cupins do que das demais baratas. Desta forma as baratas seriam um grupo parafilético, mas também se poderiam considerar os cupins como uma família (Termitidae) dentro de Blattaria: Blattaria = Outras Baratas + (Cryptocercus + Termitidae).

A classificação mais aceite divide a ordem Isoptera em sete famílias: Mastotermitidae, Hodotermitidae, Termopsidae, Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae (Grassé, 1986). As seis primeiras são os chamados cupins "inferiores" (que apresentam protozoários simbiontes para produção da celulase, como a triconinfa ou a Mixotricha paradoxa) e a família Termitidae, que inclui mais de 70% dos cupins do mundo, são os chamados cupins "superiores" (que possuem bactérias para produzirem a sua própria celulase). No Brasil são encontradas apenas as famílias: Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae.

  • Os Kalotermitidae são capazes de viver em madeira seca sem contato com o solo e nunca constroem ninhos.
  • Os Rhinotermitidae são na maioria subterrâneos e se alimentam de madeira, e alguns deles são pragas importantes.
  • Serritermitidae, até recentemente continha uma única espécie, Serritermes serrifer, que ocorre apenas no Brasil. Novas evidências indicam que Glossotermes oculatus, espécie da Amazônia previamente incluída em Rhinotermitidae, também pertence a Serritermitidae.
  • A família Termitidae é bastante diversificada, e compreende cerca de 85% das espécies de cupins conhecidas do Brasil. Dentre os Termitidae, alguns são comedores de madeira, de folhas, de húmus, e também cultivadores de fungo (que não ocorrem no Brasil), e muitos constroem ninhos grandes e complexos.

Estes ninhos, em muitas espécies constituem as chamadas termiteiras ou termiteiros. São montes de forma aproximadamente cilíndrica que podem atingir até nove metros de altura. São feitos de uma pasta de terra, fragmentos de madeira, excrementos e saliva produzida pelas próprias térmitas.

Para se deslocarem à superfície protegendo-se dos seus predadores (formigas, aves, etc.) e evitar a luz do sol, constroem com grande rapidez túneis em que usam o mesmo tipo de pasta.

Colônia

Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha, que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia.

Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários ou "pseudergates") que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.

Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.

A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.

Para compreender melhor veja os videos abaixo






fontes:
texto e imagem : http://pt.wikipedia.org/wiki/Cupim
videos: http://www.youtube.com






14 de jul. de 2011

Primeiro transplante de órgão totalmente sintético foi um sucesso.

Este marco aconteceu no hospital da Universidade Karolinska, na Suécia, e o paciente diagnosticado com câncer recebeu uma nova traqueia totalmente produzida artificialmente, sendo o primeiro transplante de um órgão totalmente sintético da história.

A substituição foi da área onde o paciente estava com as células cancerígenas instaladas e há uma vantagem gigantesca com um procedimento destes, já que a taxa de rejeição do novo órgão é exatamente nulo e não é necessário ficar em uma fila na espera de um doador, o que pode levar anos. Este novo procedimento pode praticamente eliminar a fila de espera e até os óbitos relacionados com esta espera.

A invenção da nova traqueia foi liderada pela Universidade College London, que mapearam a traqueia original do paciente e criaram uma espécie de molde onde foram inseridas células tronco do próprio paciente, para que fizessem o resto na construção desta nova traqueia. Todo procedimento de “nascimento” da traqueia nova levou dois dias. Este procedimento foi tão bem feito e deu um resultado tão positivo, que a mesma equipe pretende criar outra traqueia para um bebe que teve uma má formação da sua própria. Nós esperamos que este método de transplante possa chegar em todo o planeta e com valores acessíveis, já que seus benefícios são muito maiores do que os métodos tradicionais de transplante.

Informações do site da BBC


11 de jul. de 2011

Conheça as diferenças entre os leites e qual consumo diário recomendado.

O leite é o primeiro alimento de todos nós, e continua a fazer parte da vida mesmo depois que crescemos, ao contrário dos outros animais. Pode ser puro, derivado (queijos e iogurtes) ou incluído como ingrediente em algum produto.

O cálcio contido no leite, junto com a vitamina D, é essencial para a formação dos ossos, principalmente até os 20 anos de idade. Entre os 30 e 45 anos, a massa óssea permanece estável. Depois disso, começa a sofrer uma redução de 0,5% por ano, o que pode chegar a até 4% por ano em algumas mulheres após a menopausa, aumentando os riscos de osteoporose. O perigo é realmente grande quando a perda chega a 25% do total.

Para comentar os benefícios do leite e de seus derivados, o Bem Estar desta quinta-feira (7) convidou o reumatologista Cristiano Zerbini e a nutricionista Maria Gandini. Um adulto precisa diariamente 1 grama de cálcio, que ajuda também na coagulação do sangue, na contração muscular, na transmissão de impulsos nervosos e na secreção de hormônios. Segundo Zerbini, 70% do esqueleto humano é herança genética. E, quando falta cálcio no sangue, o corpo o retira do esqueleto.

Leite valendo (Foto: Arte/G1)

Os tipos de leite são muitos: integral, desnatado, semidesnatado, A, B, C ou fresco, direto da vaca (que tem alguns riscos). E a embalagem também muda – pode ser saquinho, caixinha ou garrafa. O que varia entre um e outro é a quantidade de gorduras (3,5% no integral, de 0,5% a 2,9% no semi e até 0,5% no desnatado) e calorias (veja infográfico acima). Os demais nutrientes (cálcio, proteínas, carboidratos e sódio) são iguais. O total de vitaminas B2 e B12 e de minerais como fósforo também não é alterado.

Quanto mais bactérias um leite tem, menor é o prazo de validade, que deve ser observado no rótulo do produto. O tipo A tem até 10 mil bactérias e dura, em média, 4 dias; o B tem até 500 mil micro-organismos e vence em 3 dias; o pasteurizado (sinônimo do C, embora os outros também sejam) não tem limite de contagem de bactérias e dura 2 dias; e o UHT ou longa vida (de caixinha), de 3 a 4 meses. A pasteurização é o aquecimento do leite a 75º C e o rápido resfriamento a 4º C.

A embalagem para armazenar o leite industrializado é segura e garante que ele não contenha conservantes. A caixinha é feita de três elementos: papel alumínio, plástico e papelão.

As doses diárias recomendadas de cálcio são: de 3 a 4 copos de leite, ou de 3 a 4 fatias de queijo branco, ou ainda de 6 a 8 fatias de queijo mussarela. Crianças de 1 a 6 anos precisam de 3 copos de leite por dia. Dos 7 aos 14 anos, a necessidade diária fica entre 2 e 3 copos. Um copo é considerado uma porção, uma fatia de queijo branco é uma porção e 2 fatias de mussarela são uma porção.

A intolerância ao leite de vaca é a alergia alimentar mais comum na faixa etária pediátrica, com prevalência de até 7% em crianças menores de 3 anos. No Brasil, estima-se que 37 milhões de brasileiros maiores de 15 anos sejam intolerantes à lactose. Desse total, 10 milhões são pacientes graves. No mundo todo, 1% da população tem a doena, caracterizada por cólicas, diarreia, gases, irritação intestinal e inchaço abdominal. Também pode haver manifestações respiratórias e na pele.

Para quem tem esse problema, recomenda-se leite com baixa lactose ou leite de soja, que tem menos cálcio, mas pode ser enriquecido industrialmente. A sardinha em lata é outra opção rica em cálcio (veja outros alimentos na tabela ao fim do texto).

Substâncias chamadas fitatos – presentes em cereais, aveia e soja – combinam-se com o cálcio, formando fitato de cálcio e prejudicando a absorção dele no intestino. Já o oxalato encontrado em chocolate, pimenta, nozes, beterraba, acelga, espinafre, cenoura, morango, figo e bebidas à base de cola combina-se com o cálcio, formando oxalato de cálcio e também afetando essa absorção. Esse componente pode, inclusive, dar pedra no rim.

Alimento (100 g) Cálcio (mg)
Abóbora (folhas) 447
Açafrão em pó 250
Açaí 118
Aipim (folhas) 303
Alfafa 525
Amêndoa 254
Aveia (instantânea) 392
Azeitona verde 122
Badejo (peixe) cru 181
Bolo de trigo 217
Brócolis cru 400
Camarão cozido 96
Castanha do Pará 172
Leite com achocolatado 216
Coalhada 490
Couve manteiga 330
Doce de leite 176
Farinha láctea 260
Feijão branco miúdo 476
Feijão vermelho 100

http://g1.globo.com



Anvisa quer novas regras para laparoscopia.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pôs em consulta pública um conjunto de novas regras para melhorar a segurança das clínicas de laparoscopia. O texto, discutido por um ano com representantes de várias especialidades médicas, define, por exemplo, como deve ser feito o procedimento de limpeza dos instrumentos usados. Quando a desinfecção não é feita da forma adequada, o paciente fica exposto a uma série de infecções, como hepatites B e C.

'Ha muitas clínicas ruins, que não observam regras básicas de segurança com o material', avisa o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, o gastroenterologista Flavio Egima.

Fabiana Sousa, especialista em vigilância sanitária da Anvisa, dá um exemplo da falta de cuidado nessa área: 'Um profissional trabalhando em esquema de mutirão realizou em um único dia mais de 30 exames de colonoscopia com apenas um aparelho.' Se as técnicas de desinfecção tivessem sido adotadas, ele teria levado pelo menos 40 minutos entre um procedimento e outro. A colonoscopia é o exame feito por endoscopia para identificar problemas no reto e no intestino grosso.

Egima diz que nem todas as clínicas que fazem o exame seguem as medidas de limpeza, que vão da lavagem cuidadosa do endoscópio ao uso de um produto saneante, encarregado de eliminar os micro-organismos.

Comprovação difícil. No Brasil, não há estudos sobre infecções contraídas durante laparoscopia. Dados internacionais estimam que o risco é de 1 caso a cada 1 milhão de exames. 'Mas essa estatística deve ser analisada com cuidado, porque é difícil comprovar a relação entre infecção e exame', adverte Fabiana.

Muitas vezes, o paciente descobre a infecção tempos depois da realização do exame. Por isso, esquece de fazer uma relação entre causa e efeito.

A resolução traz normas específicas sobre a infraestrutura dos serviços. As regras variam de acordo com a complexidade do procedimento. Nas clínicas em que o paciente não precisa ser sedado, a infraestrutura é mais simples. Naquelas em que o paciente tem de receber anestesia, as exigências são maiores.

'A resolução traz, num só documento, regras que estavam esparsas', avalia Egima. Ele diz que não era raro encontrar clínicas que alegavam desconhecimento das exigências.

Entre as especialidades médicas que participaram do preparo do texto estão gastroenterologia, otorrinolaringologia e ginecologia. As regras propostas pela resolução ficarão em consulta pública durante 60 dias.

Ligia Formenti / BRASÍLIA, estadao.com.br


Doença que dificulta aprendizado de matemática é alvo de especialistas.


Cerca de 6% da população mundial sofre de discalculia do desenvolvimento, transtorno neurológico que dificulta o aprendizado da matemática. A incidência é praticamente a mesma da dislexia, problema análogo - bem mais famoso - relacionado à leitura e à escrita. Pesquisadores brasileiros e estrangeiros querem trazer a discalculia do desenvolvimento para a ordem do dia.

Veja também:

Jovem acerta 100% após o tratamento

Há poucas semanas, uma das principais revistas científicas do mundo - a Science - publicou um artigo sobre a doença. O texto recordava perdas sociais e econômicas para comprovar a gravidade do problema.

Na Grã-Bretanha, por exemplo, estimou-se em R$ 6 bilhões os custos anuais do mau desempenho matemático entre os ingleses. O trabalho também apontava o caráter de transtorno negligenciado da discalculia. Desde 2000, a doença mereceu R$ 3,6 milhões em pesquisas do governo americano. No mesmo período, a dislexia recebeu quase R$ 170 milhões.

'E há trabalhos que mostram que o impacto da discalculia é, pelo menos, tão grande quanto o da dislexia', diz Vitor Haase, do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG. 'Mas há uma questão cultural: as pessoas não valorizam tanto a importância da matemática quanto a de ler e escrever.'

Contextos. Para que uma criança seja diagnosticada com discalculia do desenvolvimento, é necessário comprovar que sua dificuldade no aprendizado da matemática não nasce de uma deficiência intelectual - que comprometeria outras áreas do conhecimento - ou de problemas afetivos. Também deve ser descartada a hipótese de que condições sociais concretas - como um ambiente de vulnerabilidade em casa ou na escola - bastariam para explicar o transtorno.

José Alexandre Bastos, chefe do serviço de Neurologia Infantil da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), sublinha que os diagnósticos da discalculia do desenvolvimento são sempre feitos por uma equipe multidisplicinar que costuma incluir um neurologista, um neuropsicólogo, um pedagogo e um fonoaudiólogo.

'Vale a pena lembrar o impacto do transtorno em reprovações, abandono escolar, bullying, além de prejuízos à autoestima da criança', afirma a coordenadora do Laboratório de Neuropsicologia da Unesp de Assis, Flavia Heloisa dos Santos. Há vários anos pesquisando o tema, Flavia descobriu que a música pode ser uma poderosa ferramenta para a reabilitação neuropsicológica de crianças com o problema.

Terapia. O tratamento da discalculia não envolve drogas, mas treinamento matemático. Só nos casos em que a criança tem transtorno de déficit de atenção e hipertatividade (TDAH) o médico costuma receitar algum medicamento. 'Mas é para tratar o TDAH', afirma Bastos. 'Cerca de 40% das pessoas com dislexia e discalculia tem TDAH.'

Casos concomitantes de dislexia e discalculia também são comuns. Sheila Guerra, de 11 anos, é um exemplo. Como reforço à escola, ela estuda matemática e português em uma unidade que aplica o método Kumon, em Belo Horizonte. Lá, realiza o treinamento necessário para superar as duas condições. Conta com o acompanhamento da psicopedagoga Miriam Moraes, que afirma que ela deve superar a discalculia em até um ano.

Ruth Shalev, do Centro Médico Shaare Zedek, em Israel, publicou trabalhos comprovando que 47% das crianças que tratam a discalculia conseguem superar o problema. Mas o estudo mostrou que a taxa de sucesso cresce com o diagnóstico precoce.

PARA ENTENDER

'Discalculia não é dificuldade para fazer cálculos complexos', diz o neurologista José Alexandre Bastos. 'É a incapacidade de lidar com operações triviais.' Os problemas ocorrem em três campos: compreensão dos fatos numéricos (adição, subtração, multiplicação e divisão simples), realização de procedimentos matemáticos (como divisão de números grandes ou soma de frações) e semântica (compreensão da linguagem usada para formular problemas). Ao minar os fundamentos, a discalculia impede a aquisição de conhecimentos mais complexos.


Alexandre Gonçalves, estadao.com.br

10 de jul. de 2011

Ganho de renda não diminui número de analfabetos.


O aumento da renda média dos municípios mais pobres acima da dos mais ricos não se traduziu em avanços proporcionais na educação dos moradores dessas cidades. Os habitantes de Salgadinho, no agreste pernambucano, viram sua renda crescer 69% acima da inflação na década passada, mas o analfabetismo entre eles só diminuiu 6% no mesmo período: 4 em cada 10 continuam sem sabem ler nem escrever.

O Censo 2010 mostrou que a Região Nordeste foi onde a renda média municipal mais cresceu desde 2000. Mas a mesma pesquisa indica que os municípios nordestinos ainda concentram as maiores taxas de analfabetismo do País. Pior, foi lá que a alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais cresceu mais lentamente na década passada.

Os mapas mostram que na maior parte do Nordeste ainda predominam taxas de analfabetismo superiores a 20% da população que já passou da idade escolar obrigatória. A mancha se espalha por todos os Estados da região e transborda para o norte de Minas Gerais e para o oeste do Pará e de Tocantins.

Enquanto na maior parte do Sul e do Sudeste, as regiões mais ricas do Brasil, a redução da taxa de analfabetismo de adultos foi superior a 30%, no Nordeste, onde o problema é mais grave, o avanço da alfabetização ficou abaixo desse patamar na maioria das cidades.

Por causa disso, a redução em um terço da desigualdade regional que aconteceu na renda não se repetiu no analfabetismo. Ao contrário. Em 2000, a proporção de analfabetos com 15 anos ou mais em Alagoas era seis vezes maior que no Distrito Federal. Em 2010 essa relação havia crescido para sete vezes.

Há uma forte correlação negativa entre analfabetismo e renda: quanto menor o rendimento médio do município, maior a sua taxa de analfabetismo e vice-versa. Mas não há relação direta de causa e efeito. Os dados de Censo 2010 mostram que não basta transferir dinheiro para as famílias mais pobres para reduzir o analfabetismo.

Programas como o Bolsa Família conseguiram promover a redução da taxa de analfabetismo da população em idade escolar (de 10 a 14 anos), porque as famílias com filhos nessa faixa etária têm de comprovar que as crianças estão frequentando a escola para receber o dinheiro. Nesse segmento, a queda do analfabetismo foi mais dramática no Nordeste que em qualquer outra parte do País.

Mesmo assim, todos os Estados nordestinos continuam com taxas de analfabetismo de 10 a 14 anos superiores à média nacional, de 3,9%. O melhor no Nordeste é o Ceará, que reduziu a taxa de 14,2% para 5,4% em dez anos. E o pior é Alagoas, que foi de 22,8% para 10,7%. O problema também é grave no Pará, no Amazonas e no Acre.

Taxas tão altas nessa faixa etária denunciam não apenas o precário estado do sistema de ensino local como alimentam a perpetuação da taxa de analfabetismo de adultos.

Crianças que ainda não aprenderam a ler e a escrever após três ou quatro anos na escola tendem a abandoná-la e não se alfabetizarem mais. É uma fábrica de analfabetos.

O efeito da transferência de renda é nulo sobre a melhoria educacional da população acima de 15 anos, que não tem obrigação legal de ir à escola. Para diminuir as desigualdades regionais em educação e cortar drasticamente o analfabetismo, é necessário um programa de alfabetização de adultos com alcance amplo nos Estados onde o problema é mais agudo, como Alagoas, Maranhão, Piauí e Paraíba. Mas não só lá.

Alagoinha do Piauí, perto da fronteira com o Ceará, tem a maior taxa de analfabetismo do Brasil: 44,4% da população de 15 anos ou mais. Em quantidade, porém, não são tantos assim os que não sabem ler nem escrever: 2,5 mil.

E quando se trata de pessoas, os números absolutos são tão importantes quanto os porcentuais. E não há mais analfabetos em nenhuma outra cidade do Brasil do que no município de São Paulo: 279 mil. É um contingente maior que o de 12 Estados brasileiros, como Sergipe, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso e Santa Catarina.

Por José Roberto de Toledo, estadao.com.br


Apoio às famílias aumenta índice de cura de leucemia em crianças.

O Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip), no Recife, aumentou o índice de cura de crianças com leucemia de 29%, na década de 1980, para 80%, na primeira metade da década de 2000. A melhora ocorreu após a criação de um programa que garante a permanência da família no Recife, aumentando a adesão ao tratamento. Outra frente combate o diagnóstico tardio - a primeira causa de morte por doenças na faixa de 5 a 19 anos.

A experiência foi apresentada no Rio pelo médico Francisco Pedrosa, diretor do Serviço de Oncologia Pediátrica do Imip, no 1.º Fórum de Oncologia Pediátrica, realizado pelo Instituto Desiderata. Nos anos 80, Pedrosa estranhava a diferença entre o índice de cura do St. Jude Children's Research Hospital, nos Estados Unidos, de cerca de 70%, e a do Imip. A 'tremenda pobreza' era a causa principal, diz.

'A mãe vinha acompanhar o filho doente e o pai ficava no agreste, para cuidar dos outros filhos. Às vezes tinha de parar de trabalhar. Com dois dias de tratamento, ele batia no hospital para levar a mulher de volta.' O índice de abandono era de 20%.

Em 1985, foi fundada a ONG Núcleo de Atenção à Criança com Câncer (Nacc), para dar apoio às famílias dos pacientes. Além de fornecer cesta básica mensal, garante a estadia no Recife durante o tratamento.

Hoje, a organização tem um edifício de dez andares, no bairro Aflitos, onde 120 crianças se hospedam com seus acompanhantes. Artigo publicado no Journal of the American Medical Association (Jama) mostrou que a atuação do Nacc reduziu o índice de abandono para 0,2%, entre 2000 e 2005. O serviço se mantém, principalmente, com doações dos usuários.

Pedrosa também viajou até o Tennessee para conhecer de perto a experiência do St. Jude. Voltou com um convênio para treinar médicos, enfermeiros e psicólogos nos EUA, além de um sistema de telemedicina que permite a discussão de casos em tempo real. O Imip foi reformulado e as enfermarias passaram a ter dois leitos. 'O que mata mais o paciente oncológico pediátrico não é o câncer, mas a infecção hospitalar', explica Pedrosa. As mortes por infecção caíram de 30%, nos anos 80, para 7%, entre 2000 e 2005.

Na década de1980, o Imip recebeu 101 pacientes com leucemia e 29 sobreviveram. Na primeira metade dos anos 2000, 226 crianças com a doença foram tratadas ali e a sobrevida foi de 80%. A mortalidade pelas demais formas de câncer ainda não havia diminuído - estava em 60%. 'Os pacientes chegam em estágio extremamente avançado, com metástase em vários órgãos. Ele responderá mal ao tratamento no Recife, nos Estados Unidos ou na China', afirma Pedrosa.

Diagnóstico. Aos 2 anos, Ryan Barbosa, morador de Orobó, no agreste pernambucano, sentia uma leve dor no pé e tinha manchas roxas nas pernas. A mãe, a dona de casa Josefa Barbosa, então com 26 anos, achou que não era grave. No posto de saúde, ouviu que podia ser virose. O menino, sempre levado, ficou abatido por uma febre que não passava.

Uma agente de saúde do Posto de Saúde da Família, em visita de rotina, estranhou o estado de Ryan. Ele foi atendido em Limoeiro, a 36 quilômetros de casa. Feito o diagnóstico de leucemia, Ryan passou a ser atendido no Imip, há 1 ano e 10 meses. Hoje, ele passa por quimioterapia oral em casa. 'O médico disse que a chance de cura é alta, porque descobriram cedo', diz Josefa.

Por CLARISSA THOMÉ, estadao.com.br