18 de ago. de 2011

Polícia investiga casos de bullying em escolas do Grande Recife.



Não se fala em outra coisa nos pátios e corredores de duas instituições de ensino da Região Metropolitana. Nesta manhã, na Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, no bairro do Amaro Branco, em Olinda, os alunos ainda comentavam sobre a agressão que deixou uma adolescente de 12 anos machucada. As imagens com as cenas de agressão, filmadas pelos alunos, foram parar na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) e estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

Uma menina revela como teve acesso ao vídeo: “Vi no celular do meu irmão. Foi uma briga danada”. Outra garota conta que ouviu outra versão sobre a briga que aconteceu na sala de aula do 5º ano do Ensino Fundamental: “As duas meninas estavam brigando por causa de fofoca de menino. Aí ela levou uma tapa da outra menina. Depois os meninos ficaram empurrando uma para cima da outra. Aí começou a briga, puxando o cabelo, dando chutes, ninguém fez nada”.

A violência também é tema de conversas na Escola Estadual Luiz Rodolfo de Araújo Júnior, em Caetés I, Abreu e Lima, onde um adolescente de 15 anos foi agredido na semana passada. Alguns pais ainda estão com medo de deixar os filhos irem à aula. “A gente deixa eles na escola, mas fica o coração fica na mão”, conta a mãe de um aluno Maria Lúcia de Souza.

A professora de Ciências, Mércia Brayner (foto 2), lamenta o que aconteceu e ressalta a importância da presença dos pais na escola para evitar que agressões como as da semana passada se repitam. “Nós, enquanto professores, trabalhamos a favor da aprendizagem e da paz. A família e a comunidade juntas conseguem muita coisa”, diz.

Gestora da escola há 12 anos, Maria Salomé de Araújo (foto 3) conhece bem todos os alunos envolvidos na agressão. Ela disse que foi preciso tomar uma atitude dura para evitar novos fatos como o da semana passada.

“A gente chegou à conclusão que seria necessário o afastamento deles para que não venha a causar uma situação dessas futuramente. Todos os pais concordaram, lamentamos a saída deles da escola, por que eles não eram bandidos. Foi simplesmente uma atitude impensada e outras escolas receberam os nossos alunos para que eles não fossem prejudicados”, afirmou.

A Secretaria Estadual de Educação, que é responsável pelas escolas de Abreu e Lima e de Olinda, reafirmou o que foi dito pela gestora de Abreu e Lima. Quanto à escola de Olinda, a Secretaria disse que uma equipe irá até a unidade, acompanhada por uma comissão de direito do aluno, para averiguar o caso e tomar as providências, que serão aplicadas a todos os envolvidos - inclusive da professora que presenciou a cena.


http://www.youtube.com
http://pe360graus.globo.com