Foi-se o tempo em que ajudar o planeta e ganhar
dinheiro eram vontades aparentemente impossíveis de conciliar. A geração
que entrou no mercado nos últimos anos está aí para provar o contrário.
Atuando nas mais diferentes áreas, os jovens empreendedores têm em
comum a noção de que os desafios ambientais podem se transformar em uma
grande oportunidade para crescer profissionalmente e, de quebra, ajudar a
população a adotar hábitos melhores.
Guilherme e Rodrigo, da Oficina Ethos, usam madeira de demolição para fazer peças com design inovador
É o
caso do designer Guilherme Saas, de 23 anos. Especializado em fazer
móveis de madeira, ele aprendeu ainda na faculdade a pensar nos impactos
do seu trabalho. Há dois anos Guilherme integra a Oficina Ethos, onde
desenvolve peças com madeira de demolição ou recomendadas pelo Ibama.
Assim, ele garante estar fazendo a sua parte para a preservação do meio
ambiente.
- A sustentabilidade sempre foi uma premissa do nosso negócio. Se a madeira for extraída da maneira correta, aquele móvel vai durar anos, e ainda pode ser reciclado no futuro. É melhor que você tenha uma peça que vai ser passada de pai para filho, do que algo que daqui a alguns anos vai querer trocar ou jogar fora - afirma.
A reciclagem também é o grande sucesso do empreendimento A Feira, da designer de joias Danielle Gandarillas, que em 2010 ganhou o selo "Empreendimento Sustentável", do programa Shell Iniciativa Jovem. Ela produz peças novas a partir de joias antigas, e ainda aposta em materiais alternativos, como a fibra de bananeira, um resíduo da produção da fruta.
- Por lidar com um produto que é extraído do meio ambiente, me preocupava em substituir o metal. Depois, percebi que não precisava substituí-lo, mas encontrar uma nova forma de fazer joias - lembra.
Mas não é só cuidando do meio ambiente que Danielle ajuda a criar um planeta mais sustentável. A designer carioca encontrou uma forma de estimular também a economia local ao firmar uma parceria com a cooperativa Costurando Ideais, do morro Dona Marta, que produz as sacolinhas dos seus produtos.
- A sustentabilidade sempre foi uma premissa do nosso negócio. Se a madeira for extraída da maneira correta, aquele móvel vai durar anos, e ainda pode ser reciclado no futuro. É melhor que você tenha uma peça que vai ser passada de pai para filho, do que algo que daqui a alguns anos vai querer trocar ou jogar fora - afirma.
A reciclagem também é o grande sucesso do empreendimento A Feira, da designer de joias Danielle Gandarillas, que em 2010 ganhou o selo "Empreendimento Sustentável", do programa Shell Iniciativa Jovem. Ela produz peças novas a partir de joias antigas, e ainda aposta em materiais alternativos, como a fibra de bananeira, um resíduo da produção da fruta.
- Por lidar com um produto que é extraído do meio ambiente, me preocupava em substituir o metal. Depois, percebi que não precisava substituí-lo, mas encontrar uma nova forma de fazer joias - lembra.
Mas não é só cuidando do meio ambiente que Danielle ajuda a criar um planeta mais sustentável. A designer carioca encontrou uma forma de estimular também a economia local ao firmar uma parceria com a cooperativa Costurando Ideais, do morro Dona Marta, que produz as sacolinhas dos seus produtos.
O uso de matéria-prima alternativa e o estímulo à economia local renderam à Danielle o selo 'Empreendedor Sustentável'
Tanto
Guilherme como Danielle garantem que ser "verde" é um bom negócio: o
público tem procurado cada vez mais soluções sustentáveis para produtos e
serviços, e, segundo os empreendedores, está disposto a pagar um pouco
mais por isso.
- A demanda pelo sustentável está crescendo, e muitos clientes estão dispostos a pagar mais por um produto que vai durar a vida inteira - diz Guilherme.
Foi justamente o potencial do mercado verde que chamou a atenção dos engenheiros Marcelo Duque e Luís Filipe Kopp, quando os dois eram colegas de faculdade e estagiavam em uma multinacional. Agora, os dois tocam a Ambio, empresa de soluções ambientais, que, entre outros serviços, negocia créditos de carbono.
- O mercado de crédito de carbono despontava quando estávamos na faculdade. Embora não tenha se tornado a grande mercadoria global que se imaginava, o segmento cresce no Rio - afirma Marcelo, que é diretor comercial da empresa.
Formado em engenharia civil e ambiental, o empresário acredita, no entanto, que a área ambiental ainda perde talentos para grandes empresas de petróleo e gás.
- É uma mão de obra escassa e muito qualificada, e as multinacionais podem pagar melhor, por mais que exista um interesse do jovem pelo setor ambiental.
- A demanda pelo sustentável está crescendo, e muitos clientes estão dispostos a pagar mais por um produto que vai durar a vida inteira - diz Guilherme.
Foi justamente o potencial do mercado verde que chamou a atenção dos engenheiros Marcelo Duque e Luís Filipe Kopp, quando os dois eram colegas de faculdade e estagiavam em uma multinacional. Agora, os dois tocam a Ambio, empresa de soluções ambientais, que, entre outros serviços, negocia créditos de carbono.
- O mercado de crédito de carbono despontava quando estávamos na faculdade. Embora não tenha se tornado a grande mercadoria global que se imaginava, o segmento cresce no Rio - afirma Marcelo, que é diretor comercial da empresa.
Formado em engenharia civil e ambiental, o empresário acredita, no entanto, que a área ambiental ainda perde talentos para grandes empresas de petróleo e gás.
- É uma mão de obra escassa e muito qualificada, e as multinacionais podem pagar melhor, por mais que exista um interesse do jovem pelo setor ambiental.
Thaís e Juliana fizeram da paixão por bicicletas o seu próprio negócio
Para
a profissional de marketing Thaís Lima, de 30 anos, foi um interesse
pessoal que a levou a abrir o próprio negócio, ao lado da bióloga
Juliana de Castro. Apaixonadas por bicicleta, as duas se conheceram no
lançamento de um livro sobre o assunto.
- Eu passei a usar a bicicleta para fazer o trajeto de casa até o estágio. A partir daí, o referencial que eu tinha do Rio de Janeiro mudou completamente - conta Thaís, que chegou a estudar Farmácia e Jornalismo até se encontrar no Marketing.
Quando a estudante ficou sabendo que Juliana tinha feito uma tese sobre a mobilidade urbana, surgiu a ideia de criar uma empresa que atuasse no setor. Hoje, elas são sócias da Velimobi, que elabora projetos para o setor público e privado.
- Elaboramos soluções para empresas que queriam diminuir o impacto ambiental e os custos financeiros que a locomoção dos funcionários causa. Dependendo do caso, há diferentes soluções, como adotar o uso de biocombustível em carros fretados, fazer reuniões por meio de videoconferências ou criar um serviço de carona amiga - explica.
Para os jovens que queiram se aventurar no caminho do empreendedorismo verde, a empresária tem apenas um conselho:
- Tem que ser algo que você acredita para dar certo.
- Eu passei a usar a bicicleta para fazer o trajeto de casa até o estágio. A partir daí, o referencial que eu tinha do Rio de Janeiro mudou completamente - conta Thaís, que chegou a estudar Farmácia e Jornalismo até se encontrar no Marketing.
Quando a estudante ficou sabendo que Juliana tinha feito uma tese sobre a mobilidade urbana, surgiu a ideia de criar uma empresa que atuasse no setor. Hoje, elas são sócias da Velimobi, que elabora projetos para o setor público e privado.
- Elaboramos soluções para empresas que queriam diminuir o impacto ambiental e os custos financeiros que a locomoção dos funcionários causa. Dependendo do caso, há diferentes soluções, como adotar o uso de biocombustível em carros fretados, fazer reuniões por meio de videoconferências ou criar um serviço de carona amiga - explica.
Para os jovens que queiram se aventurar no caminho do empreendedorismo verde, a empresária tem apenas um conselho:
- Tem que ser algo que você acredita para dar certo.
http://oglobo.globo.com/blogs/amanhanoglobo/posts/2012/05/21/jovens-empreendedores-verdes-445878.asp