A bióloga e pesquisadora do
Instituto de Ciências da Saúde (ICS), da Universidade Federal da Bahia
(UFBA), Luciana Lyra Casais e Silva, em parceria com a pesquisadora
Gisele Farias, iniciou a pesquisa " Atividade Antinociceptiva" , que
pretende descobrir o componente no veneno das serpentes que funciona
como um inibidor da dor, mais precisamente, para inibir o crescimento de
tumores que afetam o sistema nervoso.
Luciana
explica que o processo da pesquisa é longo e envolve desde o isolamento
do componente que causou o efeito esperado, até torná-lo economicamente
viável e sua produção ser autorizada pelo Ministério da Saúde. " Nós
sabemos que existe essa possibilidade, agora, o que precisamos é
encontrar quem é, no veneno, a substância que causa o efeito inibidor" .
Ela acrescenta que existe um avanço nas pesquisas neste campo,
entretanto, faltam parcerias entre os estudos desenvolvidos e a
indústria farmacêutica, no que tange a parte de síntese, venda e
patentes das descobertas. " O pesquisador, muitas vezes, descobre um
medicamento, mas não sabe o que fazer com ele. Não temos experiência em
dialogar com os segmentos mercadológicos, para fazer da pesquisa um
produto com retorno para a sociedade" , enfatiza.
Os
venenos de animais são uma mistura complexa de diversas substâncias
orgânicas e inorgânicas, com evolução ainda pouco conhecida. " Ao menos
para os venenos ofídios, sugere-se que as primeiras substâncias ativas
foram provavelmente enzimas proteolíticas que auxiliavam na digestão,
fazendo com que a alimentação fosse um processo mais fácil e seguro" ,
explicou. A pesquisadora aprofunda essas questões no artigo intitulado "
Toxina como ferramentas biotecnológicas e farmacológicas" , publicado
na Gazeta Médica da Bahia, em novembro deste ano.
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Com informações da UFBA