Bebé nepalês que nasceu com parte do corpo de um gémeo agarrado ao seu estômago submetido a cirurgia inédita em Los Angeles.
Ao ver Rishabh Ghimire a brincar alegremente com os
dois irmãos mais velhos, ninguém imagina os problemas que este bebé
nepalês, de 22 meses, já teve que enfrentar.
De
acordo com o jornal britânico "The Sun", Rishabh nasceu com um gémeo
parasita apenas meio-formado, agarrado ao seu estômago, que se
alimentava do seu sangue e, por isso, colocava a sua vida em risco. Mas
graças a uma intervenção cirúrgica inédita, no início deste ano, o
bebé encontra-se agora bem de saúde.
Rishabh
nasceu em Janeiro do ano passado e é o filho mais novo de Rishi e de
Januka. Nasceu com parte do corpo de um gémeo agarrado ao seu estômago.
Esse corpo tinha os dois braços e as duas pernas completamente
formados, mas não tinha cabeça.
O Octoboy,
como passou a ser conhecido, é uma das cerca de 200 mil crianças que
todos os anos nasceu com esta malformação. Esta ocorre quando os gémeos
têm dificuldades em separar-se no útero e o mais fraco continua
agarrado ao irmão, alimentando-se do seu sangue. Caso não fosse sujeito
a uma intervenção cirúrgica, este bebé teria morrido.
Num
documentário televisivo, onde a história de Rishabh é contada, vê-se
Januka, a mãe, a cuidar do filho antes da operação. "Ele é o meu pequeno
rei, mas ele não pode comer e está sempre a chorar", lamenta. "Ele é
muito magro e está doente dia e noite. Quando o vi pela primeira vez,
não sabia o que pensar. Estávamos confusos porque nunca tinhamos visto
ou ouvido falar de algo assim", confessa.
Alguns
aldeões acreditavam que Rishabh era a reencarnação de Vishnu, uma
deusa hindu que tem quatro braços e quatro pernas. Outros diziam que
Januka era uma bruxa ou a mãe de um fantasma vivo.
Após
a emissão deste documentário, a associação Mending Kids International,
liderada pelo cirurgião-pediatra americano James Stein, ofereceu-se
para realizar a intervenção cirúrgica no Hospital Pediátrico de Los
Angeles, nos EUA.
Stein visitou a família
de Rishabh no Nepal e a operação ficou marcada para o início deste ano.
Na altura, o médico explicou que o bebé não estava a crescer
normalmente e que algo poderia correr mal durante a cirurgia.
Um
exame realizado previamente no Nepal mostrou que o gémeo parasita não
tinha cérebro, coração ou órgãos internos próprios, apenas o fígado era
partilhado com Rishabh.
Durante cinco
horas, uma equipa de 10 elementos esteve ocupada a separar
cuidadosamente os dois corpos, com sucesso. Depois de 10 dias em
observação, Rishabh pôde ir para casa com a família. Uma vez que já
estava livre do irmão-parasita, o bebé pôde gatinhar pela primeira vez.
http://noticias.sapo.mz/info/artigo/1109187.html